É importante dizer que isso não é necessariamente um resgate, mas uma apropriação que, digamos, me permite inventar o fazer.
Então nasceu esse espetáculo, esse show, essa performance, essa peça ebó, esse ebó, esse ritual que não sabemos o nome.
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explorei essa tentativa de propor um tempo qualitativo, um não tempo, criando nessas lacunas da minha memória familiar.
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minhas obras buscam dispor esse caminhos tecnológicos geofágicos em obras de arte.
É essa tentativa de dialogar com outras visões sobre a morte e, ao mesmo tempo, o cansaço extremo diante da morte.
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Interessa pensar esse nomadismo entre as linguagens, pensar essa expansão entre linguagens.
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É um tempo de qualidade da experiência.
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artistas do corpo vão usando e intercambiando, métodos, línguas, linguagens e idiomas, criando uma nova língua crioula moderna não nascida do trauma.
As experiências em não tempo podem gerar uma consciência da carne emancipada, entende?
Diego Araúja e Lais Machado
o que se inscreve pelo corte?
Lia Cunha
Por conta da ideia específica de arte que a gente recebe desse legado euroetnocêntrico, temos uma experiência de ver onde a ideia de arte coloniza muito a criação
Diego Araúja e Lais Machado
Por conta da ideia específica de arte que a gente recebe desse legado euroetnocêntrico, temos uma experiência de ver onde a ideia de arte coloniza muito a criação
Pensar a arte como um campo de batalha, entendendo suas diversas dimensões bélicas e como nós também estamos implicados em algumas de suas violências, parece urgente e importante, e também um modo ético de pensar as relações entre arte indígena e não-indígena, o campo dos museus e artistas indígenas etc.
A arte tem disto: nomear às vezes dissolve o problema. E a única coisa que a gente não pode fazer com a colonialidade é dissolver o problema; devemos amplificá-lo.
É pouco generoso e até pouco responsável eticamente pensar que essa corrida para as igrejas evangélicas é só para virar cativo de algum desses grandes pastores, e não fundar suas próprias igrejas.
É muito interessante pensar a arte como atividade inespecífica. Pensar, inclusive, na curadoria como prática inespecífica.
quem já foi propriedade de alguém, em algum momento, vai viver um limite ético, é uma contradição difícil
Clarissa Diniz
A origem
como um
não-ponto de partida.
várias farinhas, o mesmo saco
Tiago Ribeiro
Hoje estamos vivendo outra cena, de mais insurgência, na qual as pessoas estão falando a partir de seus corpos, a partir de suas realidades;
defendo a arte como uma anti-metodologia, uma condição de abertura
A escuta é uma ferramenta que permite olhar a arte como um espaço em aberto, um espaço de composição dessas potências, dessas capacidades.
Cristina Ribas
lambes do mal - "hackeamento" de totens publicitários
Daniel Lisboa
germinações
Cristina Araripe Fernandes
Nesse sentido, eu tenho pensado em ser mais de um. Já era mais um, sendo Paulo da Silva e Paulo Nazareth, mas, nesse lugar, eu vou me aprofundando e sendo mais Nazareth. Nazareth da mãe de minha mãe, e aí eu vou me juntar a ela também! Assim, digo que eu carrego Nazareth, e Nazareth me carrega e Nazareth me leva até mais.
Dentro desse contexto, o Caderno de África nem é um trabalho, ele é uma condição. Uma condição na qual eu me ponho, não é um objeto em si, ele é diluído, ele não tem onde começa e onde acaba. E a minha mãe, ela deve ir antes de mim, essa possibilidade dessa viagem, a possibilidade. Porque é com minha mãe que eu aprendo a andar.
O mundo moderno também trabalha com o apagamento de outras possibilidades, de outras leituras e eu gosto de pensar que sempre é uma questão de crença. Inclusive a ciência, não é?
Paulo Nazareth
a sociedade e a vida me obrigaram a criar estratégias para me escurecer como uma possibilidade de fuga
Isso me fez, de alguma maneira, ser dramaturgo de mim mesmo e de uma história coletiva.
Como escurecer o futuro?
produzir uma memória viva, viva no sentido de não só de algo que vai transformar, algo que mantém vida, que parte do corpo em vida.
produzir uma memória viva, viva no sentido de não só de algo que vai transformar, algo que mantém vida, que parte do corpo em vida.
Porém, esse espaço virtual, por mais que seja potência, ainda é fronteira.
Maurício Lima
quando alguém diz estar “dando voz” a outro, acho um tanto estranho
diário de pegação - vol. 2 (caderno de campo)
Marcio Junqueira
Eu não trabalho só, trabalho com muita gente. Nós somos uma rede, nós somos uma teia.
Qual o nosso papel como motor de insurgência?
Essa ideia de museu vivo é muito importante aqui no Ceará. Deve ser importante também em outros espaços, principalmente no Nordeste, porque subverte a ideia do que é um museu.
Eu acho que trabalho é insurgente porque precisa ser agora. (...) A luta pela terra é muito urgente porque ela está sendo atacada gravemente, a gente não consegue.
Para mim, [a noção de] indígena passa muito pelo povo. Se cria uma noção de “indígena” porque existe a noção do branco sabe? Não existe “povo indígena” no Brasil - isso é meio louco -, mas existem trocentos povos! Cada um com seu nome, cada um com sua identidade.
A arte de verdade vai permitir que a gente não pense mais que no mundo existe fome! No mundo não é para ter fome! Fome é uma coisa absurda. Como é que eu faço arte enquanto tem gente com fome? E aí vem o cacique Roberto e fala “Vamos fazer umas hortas!” Isso é arte, isso é curadoria também.
Iago Barreto
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Eu gosto de pensar, trazendo de volta Eduardo Coutinho, que a curadoria, mais do que “dar voz”, é uma conversa minha com aquele ou aquela artista, ou entre artistas, imagens, lugares e curadores diferentes.
Eu fico me perguntando: como produzir insurgências efetivamente em 2021? Sou muito cético com esses termos que têm um caráter - entre largas aspas - “revolucionário”.
Eu prefiro pensar nas pequenas insurgências, nas pequenas “inserções em circuitos ideológicos”, como diria Cildo Meireles, do que nas grandes insurgências, com “I” maiúsculo.
Diane Lima
etnografia do barranco
Lia Cunha
a prática curatorial em perspectiva decolonial é aquela que leva em consideração nossas perspectivas de conhecimento, performando este discurso no campo estético, mas também instaurando uma ética nas estruturas institucionais.
A internet nos fez, por meio da visibilidade digital, adentrar no debate sobre regimes do ver muito fundantes, sobretudo nos últimos seis anos, mas acho que ainda não temos a mesma elasticidade para pensar os regimes de verdade.
O que estou tentando pensar a longo prazo é: como a gente consegue “roubar” e ser “roubado”.
Raphael Fonseca
descolagens
Willyams Martins
é falsa a ideia de uma autonomia da arte e é problemática a noção de que toda a arte é política.
de que para refletirmos sobre determinada estrutura, institucional ou não, devemos antes de tudo revelá-la ou desvelá-la
A hipótese aqui levantada é a de que o tempo do trabalho, nas ações, tem seu início registrado bem antes de sua inscrição como ‘arte’
Rubens Mano